Todo o estudioso da Doutrina Racionalista
Cristã já ouviu dizer que Allan Kardec, o conhecido “Codificador da Doutrina
dos Espíritos”, reencarnou para fazer luz sobre a vida real do espírito.
Acontece que esse nobre objetivo não foi
alcançado!
Neste ponto, ouçamos o Mestre, ANTÓNIO
COTTAS, grande pilar do Racionalismo Cristão, também seu Consolidador e
substituto de Luiz de Mattos, na sua obra Cartas Doutrinárias de 1933:
“O juízo que fazemos de Kardec é o mesmo
que fazemos de Pythagoras, Sócrates, Paul Gibier, G. Delane, Lombroso, Padre
António Vieira, Visconde de Sabóia, Joana d’Arc, Pinheiro Guedes e tantos
outros desencarnados e encarnados que, abnegadamente, caminham por esta
penitenciária a cuidar dos outros e esquecidos de si.
Há, porém, na passagem de Kardec um grande
senão e que não lho podemos desculpar.
Sendo ele conhecedor da existência da vida
eterna do espírito, não deveria prender-se, como se prendeu, às efemérides da
vida terrena, tornando-se um poço de vaidade, fazendo questão de passar para a
posteridade como o único codificador do espiritismo, razão da sua numerosa
fabricação de livros, cada qual o mais confuso, tanto que o seu secretário, de
40 anos, Flamarion, termina confessando nada saber sobre a existência do Deus
apregoado”.
Aliás, consta de um dos livros de Kardec
que consultando um espírito sobre a continuação da sua obra, este lhe
respondeu: “Não te dê cuidado a sucessão. A obra prosseguirá porque
outro espírito de mais valor, mais disposto, mais preparado para a época virá
para fazer mais do que tu.”
Tendo, portanto, Kardec falhado na missão
espiritualizadora a que estava incumbido, foi Luiz de Mattos quem se propôs
baixar à Terra para fazer algo que urgia fosse executado, obedecendo a planos
superiormente traçados, com vista à evolução espiritual da humanidade e do
próprio planeta Terra.
Ora, é aí que surge a nossa questão,
certamente motivada pelo nosso modesto conhecimento sobre uma matéria que está
para além da capacidade dos encarnados comuns, como é o nosso caso.
Pensávamos o seguinte: Se Kardec veio com
a incumbência de fundar uma doutrina para o esclarecimento espiritual da
humanidade, ele já possuía evolução suficiente e superior àquela que determina
que os espíritos venham fazer sua evolução reencarnando neste mundo. Diríamos
que “por suas obras valorosas, portanto, por mérito próprio, se tinha libertado
da lei da reencarnação. Por conseguinte, não se deveria condenar, já que no
nosso mundo próprio cada espírito é réu e juiz de si mesmo, a uma futura volta
a este mundo uma vez que já tinha atingido a escolaridade completa e nenhuma
partícula do Grande Foco retrocede na sua eterna caminhada evolutiva".
Temos, pois, demorado nosso raciocínio
sobre as informações seguintes que encontramos aquando da leitura das obras de
António Cottas:
CARTAS DOUTRINÁRIAS do ano de 1933:
“Kardec está encarnado há muito tempo”
e
CARTAS DOUTRINÁRIAS do ano de 1946:
“Kardec é provável que ainda
esteja encarnado, mas não nos consta que seja entre os racionalistas cristãos.”
É certo que se o espírito de Allan Kardec
achou por bem voltar para uma nova reencarnação foi decisão pessoal e as razões
apenas a ele dizem respeito.
A nós, apenas nos resta concluir que o
nosso raciocínio provinha da nossa lógica puramente terrena – lógica do mundo
físico.
Muito a propósito acabamos de ler uma
doutrinação de um espírito superior com a seguinte advertência: “Não se
iludam, então, com a lógica terrena, tenham cuidado com ela. Observem a vida
sob a luz da espiritualidade, e não com os olhos do corpo físico”.
Mas também concluímos e advertimos os
seres de boa vontade, responsáveis pelo bom andamento desta Doutrina no mundo
físico, a redobrar de cuidados na justeza de suas decisões para não correrem o
risco de, embora com evolução suficiente para continuarem sua trajetória em
corpo astral, se condenarem a uma nova reencarnação na penitenciária que é o
mundo Terra, depois do exame de consciência que terão que fazer de regresso à
sua verdadeira morada – seu mundo de luz.
Outrossim, se o espírito,
independentemente do seu grau evolutivo, tiver comportamentos inadequados na
atual encarnação, terá que resgatar essas dívidas na futura ou futuras
encarnações.
Por isso aconselhamos: NÃO CORRAM ESTE RISCO!
Por isso aconselhamos: NÃO CORRAM ESTE RISCO!
Por Antão José Lopes da Luz
Presidente da Casa Racionalista Cristã, Filial Seixal, Lisboa - Portugal
Presidente da Casa Racionalista Cristã, Filial Seixal, Lisboa - Portugal
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