Estudei o curso de direito, pensei ser a minha vocação - José Cardoso Pires

Reflexo: - Estudei, tirei o curso de direito que sempre pensei ser a minha vocação e, para isso, minha família trabalhou. Entretanto, ao desencarnar, tive a mesma nostalgia sentida ao longo de praticamente toda uma vida. Foram poucas as causas em que me senti satisfeita, integrada ao discuti-las. Fui obrigada, muitas vezes, a ver clientes meus condenados quando tinha a certeza de que estavam isentos de culpa e então acabei por achar que o curso de direito era, ao fim e ao cabo, um curso que não me dava aquela qualidade de vida que queria. Uma qualidade de vida de satisfação do dever cumprido.

Doutrinação: - É bela a profissão que escolheste e felizmente ditada pela tua vocação. No mundo tão iníquo em que vivemos é indispensável que o homem que mata para não ser morto, que todo aquele que chega ao crime por defender a honra própria, a dos filhos e esposa, tenha um profissional do direito competente para o defender na barra dos tribunais.

Não devias ter ficado tão amargurada com algum insucesso profissional. Quer-nos parecer que foste um tanto intransigente contigo mesmo. Muitas vezes não triunfa somente aquele que defende a justiça, pois há juízes venais, há advogados corruptos e esses sempre encontram terreno fértil para se moverem.

A nostalgia não é mais que a exteriorização de um estado de alma. O que sentiste a vida inteira era prenúncio de uma acentuada sensibilidade mediúnica e faltaram-te conhecimentos espirituais autênticos que te ajudassem a compreender e aprender a conviver com essa realidade psíquica.

Como sabem os estudiosos do Racionalismo Cristão, os espíritos se desdobram quando o corpo dorme e se o dia tiver sido calmo, norteado pelo cumprimento do dever, ele, espírito, vai ao seu mundo próprio e vive a felicidade relativa que lhe é proporcionada nesse plano astral. Ao acordar, tem uma vaga lembrança dessa felicidade que não sabe definir e leva à conta de uma finíssima melancolia, essa nostalgia, esse estado de alma, quase sempre incompreensível para ele.

De facto, há toda a necessidade de cada um levar a sério, estudar mesmo o verdadeiro psiquismo proposto pela Doutrina filosófico-espiritualista que é o RACIONALISMO CRISTÃO. Há, realmente, muita necessidade de esclarecimento espiritual para que todos se reconheçam como Força e Matéria e assim possam caminhar com segurança e realizar, satisfatoriamente, a sua evolução neste mundo.

ASTRAL SUPERIOR
JOSÉ CARDOSO PIRES

Constantemente e mais acentuadamente ainda, com o correr dos anos se vão notando choques de todas as espécies. Choques de culturas, choques de identidades, choques nas próprias famílias, nas quais seus membros não têm afinidades, pois, numa família existem muitas vezes em evolução espíritos de categorias completamente diferentes, cada um pertencendo a um mundo e, sendo assim, não podem realmente sentir afinidades da mesma forma que seres oriundos do mesmo mundo, com os mesmos hábitos e as mesmas vontades que trazem ao encarnar.

Há, contudo, um grande choque e não só nas pessoas que estão a começar a enveredar pelo Racionalismo Cristão, mas também dentro dos próprios militantes desta bela Doutrina. É realmente um verdadeiro choque entre a força de vontade positiva e a força de vontade negativa. Muitas vezes o ser sente vontade de fazer algo, mas há qualquer coisa que está a entravar o caminho para que consiga vencer o medo ou qualquer obstáculo que se sobreponha à sua própria vontade. Daí, ser necessário que todos se conheçam cada vez melhor a si próprios de maneira a poderem vencer obstáculos e todas as vicissitudes que a vida de hoje impõe a todos vós.

A vida realmente é difícil, bem o sabemos, mas não é impossível, quando a vontade é educada para o bem e com elevação de pensamento forte podeis conseguir ultrapassar todos os obstáculos. É realmente uma felicidade quando se vê um membro da Doutrina ou mesmo dos assistentes, que lançam, falando terra a terra, mão de tudo quanto lhes pode ajudar a vencer estes obstáculos e a chegarem até uma Casa Racionalista. Sabemos que muitos têm enormes dificuldades a ultrapassar, inclusivamente, até de ordem familiar, mas é com essa vontade forte, educada para o bem, que podem adquirir essa força necessária para tudo transporem. Os militantes, esses que têm a obrigação de cumprir à risca os deveres a que se impuseram, sabem conscientemente o que têm de fazer. Muitas vezes a vontade é realmente fraca e desviam do caminho, esquecendo-se das suas obrigações.

Por isso, nunca é demais alertar, com uma chamada de atenção, não para humilhar, mas sim com o firme propósito de dar coragem a cada um e a todos para o cumprimento dos deveres, sempre que possível, e sabendo até que desde que queiram, essa possibilidade é sempre encontrada no momento necessário.

Saudações espirituais de muita coragem e carinho para conseguirdes continuar no caminho que tendes em frente.


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