Algo me mandou seguir em frente - José Cardoso Pires

Reflexo: - De início, não era minha intenção falar, talvez por vergonha ou por receio de não ser compreendido. Esse receio foi posto de parte, pois, algo superior me mandou seguir em frente.

Realmente a minha vida a mim já não me serve pois já não faço parte deste mundo, mas concordo plenamente que o meu exemplo possa servir de lição a outros.


Muito novo ainda entre os 20 e os 30 anos, achava a vida muito complicada. A pouco e pouco fui procurando saber o que é que se passava comigo e cheguei à conclusão de que devia realmente crer na reencarnação. Parti do princípio que devia ser esse o caminho mais lógico, mas os anos passaram e devido ao meu ambiente familiar nada favorável, comecei a ficar deprimido, assustado, pesaroso, sentindo-me como culpado e aconselharam-me a fazer um exame que chamavam “conhecimento de vidas passadas”. Procurei fazer essa terapia mas não me correu bem, senti-me mais culpado ao saber que no passado tinha morto alguém e daí para a frente nunca mais consegui ser feliz.

Poder-me-eis explicar o que devia ter feito num contexto destes?

Doutrinação: - Acabaste de demonstrar que numa Casa Racionalista Cristã, com sua corrente fluídica, devidamente organizada e dirigida pelos espíritos da plêiade do Astral Superior, os espíritos perturbados que a ela chegam não fazem o que lhes apetece, precisamente porque há uma presença superior a orientar os trabalhos psíquicos.

Nas Casas Racionalistas Cristãs não invocamos os espíritos de “A” ou de “B”, seja ele superior ou ainda estagiário na atmosfera da Terra, zona chamada de “astral inferior”. Todas têm uma composição astral, uma direcção astral, constituída pelo Presidente que é o espírito de mundo mais elevado. Esse Presidente escolhe dois outros espíritos de categorias diferentes que formarão a primeira e a segunda corrente fluídica, respectivamente. Como sabem os militantes, esses são os únicos nomes mencionados no decorrer dos trabalhos, sendo que os assistentes só ouvem o nome do Presidente Astral da Casa Racionalista. Aliás, fazemos questão de ressaltar que não se deve materializar os pensamentos. Os espíritos superiores ou inferiores, como facilmente se compreende, já não podem ter a feição que tinham quando encarnados, pois o corpo físico, abandonado pelo espírito, entra sob o domínio das leis químicas, se decompõe em mais ou menos tempo.

Nas nossas irradiações constam as seguintes expressões: “Astral Superior”, “Grande Foco”, “Força Criadora” e “Vida do Universo”. Não há, como se vê, menção de qualquer personalidade. Assim, a exteriorização de reflexos provenientes de espíritos desencarnados nas nossas sessões, é aceite com fins puramente didácticos.

Dos espíritos inferiores que forem atraídos à corrente fluídica ou que eventualmente vierem acompanhando alguns assistentes, os Espíritos Superiores, que estão presentes, orientam e disciplinam os trabalhos, escolhem os que deverão deixar o seu testemunho, para que o presidente físico, apoiado nele, possa dissertar sobre os Princípios Doutrinários, para esclarecimento dos presentes e estes não venham a cair nos mesmos erros referidos pelos espíritos que se manifestarem.

Quanto à terapia de vidas passadas temos a dizer que há profissionais sérios que se dedicam a essa matéria. Mas quando essa prática for mal feita, o que for revelado por terceiras entidades não merece, de todo, confiança, pois os espíritos do astral inferior que estão por todo o lado, fartam-se de gozar com essas situações, mistificando, intuindo a seu belo prazer. Por exemplo, não achamos seriedade no que é feito e mostrado em certos programas televisivos. Isso não passa de espectáculo mas que nem por isso deixa de ser altamente reprovável, por ser perigoso, se levado a sério. Esses trabalhos são dominados pelos espíritos perturbados e perturbadores. O Astral Superior nunca se presta a espectáculos, a satisfazer curiosidades de ninguém.

Qual a utilidade em se saber que numa outra vida matámos alguém? Perguntamos nós. As sábias leis universais fazem com que o espírito esqueça cerca de 95 por cento da sua vida passada. Isso é um grande bem porque impede que se reconheça os inimigos do passado, aliás eles tendem, por imperativos superiores, a se reconciliarem, muitas vezes fazendo parte do mesmo núcleo familiar.

O Racionalismo Cristão nas suas prelecções, baseado em força e matéria, explica todos os fenómenos, dentro, claro, da capacidade humana para os entender. Indica os erros, mas tem o cuidado de ensinar, a quem quiser aprender, como o verdadeiro psiquismo deve ser praticado.

Venha quem quiser às sessões públicas de limpeza psíquica, conhecer os nossos sãos Princípios e se se identificar com eles e os puser em prática muito sairá a ganhar, claro está, em termos espirituais.

ASTRAL SUPERIOR
JOSÉ CARDOSO PIRES

Diz-se que saber viver é uma arte e, efectivamente, assim é!

Se cada um tiver o cuidado de se estudar a ele próprio, verificando aquilo que fez, o que está fazendo e planeando o futuro, certamente estará no caminho certo para uma boa vivência e tirará partido duma existência mais longa.

O Racionalismo Cristão aconselha a que haja estímulo, coragem, amor ao próximo, verdadeiros valores para uma vida bem vivida. Todo aquele que sabe que errou e permanece remoendo o erro é evidente que acaba por adoecer e, muitas vezes, não consegue sequer dar a volta por cima, como se costuma dizer, e tomar um novo trajecto.

Realmente a sabedoria está em saber-se ser eficiente e em tomar como meta o meio da estrada, ou seja se tiver consciência do erro, colher a lição do próprio erro e procurar emendar-se, mas nessa emenda não poderá haver desespero, pois isso levará ao fracasso e tal não é aconselhável. Pensar no futuro também demasiadamente, sem ter bases sólidas para um futuro promissor, é um erro. O mais correcto será, pois, viver o dia a dia, seguindo pela via do meio-termo, procurando viver o melhor que pode, deixando para trás actos de valor, de coragem, de ajuda ao próximo, de benevolência, de desprendimento.

No percurso do dia a dia procurar emendar os caminhos errados, ou seja os erros cometidos ao longo da vida percorrida até aí. Para o futuro, alicerçar bem o caminho fazendo uma programação equilibrada e não querer viver com algo mais do que aquilo que está ao seu dispor.

Cada qual vence o seu salário e, se vive de herança, tem que saber administrá-la de maneira a tudo ser regrado e, certamente, assim fazendo, não terá do que se arrepender mais tarde. O caminho traçado por ele será certamente percorrido, mesmo que não na perfeição, o mais possível dentro do equilíbrio justo e seguro e, quando a Terra deixar, certamente aqueles que o seguirem terão algo de bom em se mirarem para continuarem o seu percurso também.

Portanto, saber viver é realmente algo necessário e que exige discernimento, boa vontade, e principalmente muita persistência.

Há que dizer sempre não ao fracasso, para que tenham sempre o triunfo à vista dos vossos olhos, mas que sejam os olhos da própria alma.