Perdemos a noção do tempo e do espaço naquele submarino - José Cardoso Pires

Reflexo: - De todos que aqui estão eu pertenço a um grupo de 12. Era a maior patente dentro daquele submarino. Perdemos a noção do tempo e do espaço. Lembro-me concretamente estarmos na segunda guerra mundial. O dia começou como um dia feliz e pensávamos que a guerra ia acabar, mas de repente tivemos ordem para submergir. Com o submarino submergimos e ali ficamos até que hoje ao ver o nosso símbolo, uma âncora luminosa a qual nos mostrava o caminho, viemos e pelo caminho vimos que não estamos na mesma época, os tempos são outros e tudo é diferente. Por que será?

Doutrinação: - Aconteceu estarem desencarnados há perto de 6 décadas, envolvidos nos vossos fluidos materializados, perdendo assim a noção do tempo e do espaço e da vossa própria condição de espíritos já desapegados do corpo físico.

O espírito perturbado e desconhecedor da sua nova condição espiritual vive como se encarnado estivesse, fazendo ou acreditando estar a fazer tudo quanto fazia, ou aquilo que tinha por hábito fazer, na ocasião em que se deu o desenlace. E nesse engano devido à cegueira da alma, pode permanecer décadas e mesmo séculos. Isso era comum acontecer antes da implantação, pelo Astral Superior, do Racionalismo Cristão no planeta Terra. Por conseguinte, a partir de 1910, data em que se deu início à organização das correntes fluídicas nas Casas Racionalistas, milhares e milhares de espíritos vão sendo arrebatados e conduzidos para os respectivos mundos de luz, deixando de perder tanto tempo precioso no ambiente deletério e perturbador do planeta Terra.

É certo que seis décadas pouco ou nada representam na vida eterna do espírito. Mas, vista a questão sob o plano terreno, esse período pode representar quase o tempo de uma encarnação que, sendo frutífera, muito representará na caminhada evolutiva. Quanto sofrimento, neste mundo, poderia ser evitado?!

A vossa situação psíquica não permitiu a aproximação há mais tempo dos espíritos que fazem o saneamento astral do planeta e mesmo assim, foi preciso o uso de um estratagema para vos mostrar o caminho, o qual foi apresentar-vos o vosso símbolo – uma âncora, neste caso luminosa, para a poderem seguir, abandonando assim o ambiente do submarino afundado.

ASTRAL SUPERIOR
JOSÉ CARDOSO PIRES

Cabe à criatura continuar seu desenvolvimento, pois, ao encarnar traz consigo uma missão a cumprir e, como costumamos dizer, todas as profissões são boas quando levadas a sério e cumpridas na íntegra, com seriedade, com veracidade e com integridade. Há, porém, uma profissão que em tempos nem sequer era levada muito a sério, que é a profissão de jornalismo.

Como sabeis, há quase um século passado o grande Mestre Luiz de Mattos do qual nós e vós somos fiéis seguidores, fundou esta bela Doutrina que tem como finalidade alterar a maneira de ver o mundo, mais positivamente, através de um pensamento elevado e de uma consciencialização plena para que cada um saiba o que faz e possa discernir com coragem sobre o bem e o mal que estiver fazendo no momento.

Realmente o jornalismo é algo de muito útil e todo aquele que vem vocacionado para escrever, num determinado momento da sua vida material desponta, singelamente, esse bem que ele traz inculcado já em seu acervo espiritual e que vem vindo à tona, pouco a pouco, até se declarar verdadeiramente. Muitas vezes acontece mais cedo dando ainda a possibilidade de se tirar um curso superior, outras vezes acontece mais tarde, mas nem por isso, o ser que tem essa capacidade deverá deixar de exercer tão bela profissão, se não puder ser em jornalismo, poderá ser através da escrita ou até mesmo da oração.

Foi Luiz de Mattos um exemplo a seguir. Exímio orador, um belíssimo escritor, soube mostrar ao mundo o que estava certo e o que era errado, nunca aceitando algo de errado como certo, dando sempre a sua palavra dura, muitas vezes até severa, mas honesta, digna, altruística. Fosse na tribuna, fosse através do seu jornal “A Razão”, com a arma por ele usada, a pena, dizia o que estava certo e o que estava errado. Não lhe importavam críticas desfavoráveis, apenas lhe interessava que a verdade viesse ao de cima.

É de lamentar que hoje, quase um século passado, esteja a comunicação social como está. Se há jornalistas honestos, infelizmente há muitos que vão, como se costuma dizer no vulgo, atrás das ondas. Uns, querem o sensacionalismo que lhes possa dar maior projecção e, muitas vezes, podemos até chamar a certas notícias completamente “bombásticas”, tanto em jornais, como na rádio ou televisão.

Os próprios “free lancers” que normalmente são pessoas que se querem entregar, de início, a causas nobres, acabam percorrendo o caminho que inicialmente tinha sido traçado, de maneira diferente. Há muitos “valores mais altos” que os obrigam a desencaminhar-se, mas é bom que se saiba que se há essa obrigatoriedade a que nos referimos é porque eles não têm a consciência plena do uso que deveriam fazer do seu livre arbítrio.

Os jornais, muitas vezes, dão uma notícia. Dão-na procurando difamar pessoas correctas e honestas, procurando enaltecer outras que são autênticos assassinos e lembrai-vos que assassinos não são somente aqueles que usam uma arma de fogo ou a chamada arma branca, porque arma é também a pena, arma é também o computador, é enfim aquele que pode levar aos outros o conhecimento da verdade e o conhecimento da mentira.

Há que saber discernir para calcorrear caminhos, para mudar opiniões, para avalizar os próprios partidos, para saber em quem votar, para saber em que estado está o governo e até para se poder ter noção de como andam as próprias repartições, quem fala certo, quem fala errado. Tudo isso à base de uma leitura honesta onde impere a verdade que, se analisada na íntegra, pode ajudar o povo e aqueles que querem cargos de chefia, mas por verdadeiro merecimento e, sendo assim, seria muito bom que essas pessoas conseguissem esses cargos para que aqueles que estão indevidamente, abandonassem esses lugares.

Devemos sempre ter em mente que só vence aquele que realmente pensa bem e que trilha o caminho do valor e da honra, pois mais cedo ou mais tarde tudo vem a nu e é muito triste o desenlace final quando ele tem o testemunho de um mero capricho, de um acto indigno encoberto por artimanhas, por falsos conteúdos.

Lembrai-vos de tudo isto pois o mundo está a necessitar de muito apoio, mas principalmente, que esse apoio seja dado através de uma verdade real, falada e escrita, sem conveniências, mas apenas a bem do futuro que se antevê para as próximas décadas, que até ao final do século muita coisa esteja modificada para melhor!

São esses os desejos de toda a plêiade do Astral Superior que vos apoia e certamente daqueles que são militantes desta Causa tão nobre.