Encarnações mal aproveitadas - Delfina Cruz

Reflexo: - Deixei o meu corpo de maneira muito triste e muito dolorida. Estava mais ou menos bem, de repente comecei a sentir-me enjoado e tonto e comecei a vomitar sangue de tal ordem que não

conseguia respirar e acabei por sucumbir às próprias golfadas de sangue. Não sei concretamente o que me aconteceu pois não era muito velho, mas depreendo que deve ter sido por uma má conduta na minha vivência quanto à comida e bebida que eu ingeria. Desencarnei com 57 anos e estou aqui à espera do vosso veredicto.

Doutrinação: – És tu mesmo a declarar a tua má conduta durante a tua vida de encarnado. Não há dúvida de que esse mau proceder teve efeito determinante na tua desencarnação prematura. Ora, nenhum espírito vem a este mundo para deixá-lo antes de, pelo menos, completar os 70 anos.


Todos têm o dever de viver as quatro fases da vida, ou seja, a infância, a mocidade, a maturidade e a velhice. Em qualquer delas há lições preciosas que o espírito tem que absorver.

A criatura que leva uma vida regrada, normalmente, seu espírito se separa do corpo de forma mais ou menos suave, sem demasiados sofrimentos.

Quando se compra uma viatura deve-se conhecer os cuidados a ter com a sua manutenção para que ela dure o máximo tempo possível. Mas se o condutor não seguir as recomendações e fizer mau uso da mesma é claro que ela não durará o tempo desejado.

Acontece exactamente o mesmo com o nosso corpo. Se não lhe dermos alimento saudável, água pura a beber, não formos ao médico quando necessário, se, numa palavra, desprezarmos esse corpo, o espírito, que é seu condutor, terá que o abandonar antes do tempo previsto, com grande prejuízo para a sua evolução. E é tão precioso o corpo ao espírito, pois, apenas através dele se poderá alcançar maior evolução e completar o curso terreno.

É através de sucessivas reencarnações que o espírito se lapida e alcança maior evolução.

Como o aluno que cabulou e não teve êxito no ano escolar assim terá o espírito que se matricular, isto é recandidatar-se a uma nova encarnação para recuperar o tempo perdido.

Para se evitar todo o tempo que a humanidade desperdiça, em encarnações mal aproveitadas e muitas vezes perdidas, vem o Racionalismo Cristão cumprindo a sua função primacial que é esclarecer espiritualmente os seres, para que todos saibam ter uma vida útil e progressiva, e possam evitar maiores sofrimentos.

ASTRAL SUPERIOR
DELFINA CRUZ

A vida de qualquer espírito, como se sabe, é sempre difícil, pois, há muitos obstáculos a ultrapassar, há muito que aprender, e há muito que saber tirar proveito das lições que são dadas àqueles que as querem aprender.

Para que um espírito possa desenvolver-se em boas condições, é necessário que seja acolhido numa família, com amor, com carinho, com discernimento e sempre pronta a animar, mas também a confiar e a mostrar os erros. Sabemos que infelizmente nem sempre isto acontece e quem mais sofre são os espíritos que encarnam numa família mal constituída.

Não é pelo poder financeiro de uma família que se pode imaginar quanto de bom se poderá aprender nela. Se o dinheiro ajuda a que a família viva em melhores condições materiais, não é suficiente por muito que seja o pecúlio, para poder desenvolver convenientemente a espiritualidade de qualquer ser.


Para que isso aconteça há que, na família, saber-se respeitar uns aos outros, saber encaminhar os mais novos, respeitando os mais velhos e lembrando-se de que cada um é um ser independente, cada um pode desejar algo diferente de outro, mas isso não quer dizer que seja um desejo pouco legítimo.

Em muitas famílias houve possibilidade de os seus componentes terem filhos, mas outras há em que isso não acontece e, assim sendo, alguns procuram adoptar uma criança.


Sabemos que nos dias de hoje tal ainda é muito difícil. E, normalmente, quando um casal quer adoptar uma criança, encontra dificuldades de diversa ordem, entre as quais uma negatividade vinda da própria família, ou seja, dos pais deles, que serão os futuros avós da criança que virá a ser adoptada.

Por isso alertamos todos para que respeitem seus filhos, para que vejam nesse acto uma nobreza de carácter, uma vontade de servir ao próximo por parte daquele que assim procede, de dar acolhimento, abrigo, uma vida digna a um ser que muitas vezes não tem ninguém que olhe por ele.

O mundo seria mais feliz se todos procurassem ter compreensão entre uns e outros, acolhessem as vontades de todos os membros da família, muito embora dando os conselhos, quando necessários, na altura própria, mas não se pondo, logo de início, com um sentimento negativo, quando para isso não há necessidade. Pensem nisto e procedam melhor.



Casas Racionalistas Cristãs espalhadas pelo mundo