Minha consciência não ficou tranquila - Cecília Murta

Reflexo: - Fui sujeito a um tribunal. Tinha medo de ser condenado, mas tive um bom advogado que conseguiu ilibar-me e saí sem nada pagar. Fiquei-lhe grato mas, mesmo assim, a minha consciência não ficou tranquila, vivi muitos anos ainda sem dizer concretamente aquilo que sentia, mas o sorriso que me era peculiar desapareceu, as rugas acentuaram-se no rosto, enfim, a maneira como eu me comportava passou a ser outra, segundo diziam meus parentes e conhecidos.

Não sei o que seria melhor, se o sair ilibado ou eu ter pago a minha culpa. Ao fim e ao cabo acho que continuei a pagar e se calhar ainda mais terei que saldar.

Doutrinação: - Não há a mínima dúvida de que muito melhor seria que fosses sentenciado a pagar na exacta medida da tua culpa. A justiça dos homens que é falha ilibou-te mas a ínfima partícula que és da Consciência Universal não te perdoou.

Não nos compete dizer o que terás ou não que saldar. No teu mundo de luz, para onde vais de imediato ser enviado, em plena lucidez e liberdade saberás sentenciar-te pelo que de mal fizeste nesta tua última encarnação.

É nossa opinião que o advogado honrado deveria preocupar-se em seleccionar sua clientela e não servir-se da mentira para defender um criminoso, um ladrão, um facínora. Nestes casos deveria negar-se a fazê-lo. Todavia se o criminoso matou para não morrer deve ser defendido com valor. O mesmo acontecendo quando se defende a própria honra e a honra da família. Mas cada um tem o seu livre arbítrio. Tem o direito de agir como bem entender e arcar depois com as consequências das quais nunca poderá fugir.

ASTRAL SUPERIOR
CECÍLIA MURTA

Outro seria o viver no mundo Terra se cada qual tivesse a noção plena do que se pode evitar sendo prudentes. A maior parte das pessoas nem sequer pensa que esta palavra existe. Pode lê-la nos livros, passar os olhos por cima dela, sem reflectir, sem raciocinar, não tirando qualquer vantagem do significado que essa palavra pretende passar.

Companheiros, os estudiosos escrevem livros, os escritores, os poetas, cada um vai, de sua maneira, ensinando passo a passo tudo quanto a pessoa deve e pode aprender, conforme ela for mais ou menos desenvolvida. Claro que uma pessoa pode ser pobre, andar com vestes simples e ter uma grande espiritualidade. A essas, nada lhes passa despercebido e sabem conscientemente como se devem comportar. Porém, aqueles que pensam ser os senhores do mundo, aqueles que querem ser apenas obedecidos, aqueles que se julgam chefes deles próprios e daqueles que sob suas ordens trabalham, esses erram cada vez mais e se afundam nos seus próprios erros.

Há algumas décadas atrás, a vida era diferente e era comum dizer-se que a velocidade era inimiga da perfeição. Realmente, se isso for analisado à letra, é pura e simplesmente uma verdade nua e crua. Porém, nos dias de hoje, em que tudo se faz a correr, em que a tecnologia está mais avançada, é normal que as coisas se façam a outro ritmo e que já não se pense que a velocidade é inimiga da perfeição.

Há até motivos para que se possa imprimir maior velocidade às ocupações diárias, pois, se antigamente faltava maquinaria diversa, hoje ela existe, ajuda nas tarefas domésticas, ajuda na agricultura e enfim, por tantas coisas pelo mundo afora.

Contudo, há que ter sempre prudência, pensar que através dela se poderão salvar a si próprios e até aqueles que se deparam perante vós.

O que poderá acontecer a um jovem que monta uma mota, e ao entregar uma pizza, já cansado do labor intenso do dia, se esquece de pôr um capacete e é apanhado por um caminhão? Claro que pode provir daí uma desencarnação prematura e pode levar à prisão aquele que o matou, muitas vezes sem ser ele o culpado. Por isso, também, há que haver advogados e juízes mas que eles se saibam comportar dignamente e analisar com consciência os processos que lhes vão parar às mãos.


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