A minha vontade, foi começar aos tiros - Sophia de Mello Breyner

Mantenham-se concentrados e com o pensamento elevado. A operação está para ser levada a cabo. Um cartel de droga tem tudo planeado para fazer um embarque e matar uma série de pessoas. Este facto está a passar-se nas Filipinas. Irradiem e ajudem a que seja desmantelada a quadrilha. Juarez del Asunción

Reflexo: - A minha vontade, ao entrar aqui, foi começar aos tiros, mas cheguei à conclusão de que eles para nada serviriam. Senti raiva porque pensei, quem seríeis vós para intrometerdes num trabalho que estávamos levando a cabo com tanta vontade de vencer? Perdi o controle sobre aquela senhora que prendemos e que está dinamitada dentro do barracão à espera que tudo seja concluído. Agora não sei o que vai acontecer, só sei que eu já mais nada posso fazer.

Doutrinação: - Nós temos certeza que sem a vossa perturbadora presença tudo vai correr pelo melhor, para vosso bem e o bem daqueles que já se livraram do mal.

Ao entrares aqui, poucos instantes foram precisos para compreenderes que já não tinhas força e nem a suposta arma que pretendias fazer disparar. Ao serviço das Forças do Bem não podemos ter medo de absolutamente nada. Vêm falanges inteiras que são prontamente dominadas. Aqui dentro, todos estamos sob os auspícios do Astral Superior, o que é garantido pelos nossos pensamentos elevados. Se não temos medo de falanges inteiras, apenas um ignorante espiritual como tu poderia pretender amedrontar e prejudicar quem quer que esteja dentro desta Casa?

Podes ficar ciente de que a vossa acção maléfica foi abortada. O grupo destroçado, nada mais poderá fazer. A corrente fluídica, devidamente organizada, é quanto basta para que o Astral Superior neutralize as maldades que os obsessores pretendam levar a cabo. É a luta e a vitória do Bem contra o mal!

Reflexo: - Estou de passagem, amparada por criaturas luminosas a quem não conheço, mas que me sorriem permanentemente. Quiseram que desse o meu testemunho, pois, o fenómeno aconteceu comigo e difícil será, talvez até, de vos fazer entender.

Estava num pequeno barco, deitada, enjoada, sem sequer ter coragem para me levantar. O mar estava calmo. De repente, as correntes começaram a movimentar-se, o mastro se partiu. Não sei como, senti forças, senti vontade de ir ao convés, subi e ao subir verifiquei, perante a impossibilidade dos outros, que um farol ao longe nos iluminava o caminho. Olhei para ele como se lhe estivesse chamando para mim e eis que na sua direcção todos olharam e, mesmo com o mastro partido, como se as águas tivessem amainado, o barco começou a conseguir ser dominado mais calmamente e chegou a bom porto. Eu, porém, claro que não posso ter chegado, caso contrário não estaria aqui.

Mas o meu amor de estar aqui, podeis crer, é muito grande e vou ser autorizada a deixar o meu nome, quando ainda encarnada. Maria Alice de Pina

Presidente: - Pelo espírito de Maria Alice de Pina, parte…

ASTRAL SUPERIOR
SOPHIA DE MELLO BREYNER

Todos têm necessidade de ter a sua primavera. Primavera da vida, onde cada qual desabrocha, deita o seu magnífico aroma, consegue pensar, idealizar aquilo que fará amanhã. Lembrai-vos que na Primavera as árvores se cobrem de flores e suas pétalas, quer sejam de uma cor ou de outra, são sempre belas, graciosas, perfumadas e, com o andar dos dias, elas se vão transformando e frutos pequenos vão brotando com a necessidade de se desenvolver, para mais tarde saciar aqueles que os vão comer.

Não será assim a vida daquele que está para nascer e mais tarde, se for acariciado pelos próprios pais, com uma gestação cuidadosa, bem planeada, conseguir também desabrochar como uma flor numa árvore? Se puderdes pensar bem devereis imaginar que os quadros são idênticos. Mais tarde essa criança que nasceu, se bem acompanhada, se for crescendo normalmente, como os frutos nas árvores, ela poderá, certamente, desenvolver e chegar a uma estação mais longa onde consiga trabalhar com todo o amor e esforço, e possa ajudar a que os silos se encham de alimento para a estação que poderá vir mais fria, ventosa e desprotegida.

Muitas vezes, o espírito chega ao Outono da vida e nada conseguiu arrecadar, mas quando trabalha, algo sempre terá conseguido amealhar, se para isso tiver juízo e a consciência daqueles que fizerem parte de seu lar.

Por isso, ensinai vossos filhos que de pequeninos são flores que com o tempo vão crescendo, tornando-se frutos maduros, e querendo estabelecer uma equivalência ao ser humano, diremos que os frutos serão como as pessoas na pujança de toda a sua vida de trabalho frutífero, ágil, prazeroso, que lhes dá a vitória e lhes sacia o anseio da boa colheita. Quando, mais tarde, o Inverno da vida chegar, que bom poderem contar com o agasalho na velhice que lhes irá permitir deixar o mundo em que estão, para poder galgar, com novas experiências, com estímulos novos de toda a energia dispensada durante a última encarnação e alçar, enfim, a um novo mundo, um mundo que todos que sois racionalistas almejais alcançar.

Ficai com as minhas irradiações espirituais e lembrai-vos sempre que a flor, quando é bem cuidada, é colhida, é tratada e quando fenece deixa um aroma suave no ar.

Bom será que pela vossa parte haja um pouco de imitação dessa flor que feneceu mas deixou um perfume suave no ar.

Convosco esteve aquela que muito vos admira e irradia sempre por vós. 


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