Mundos Opacos e seus habitantes - Por Antão José Lopes da Luz

Por mais que o ser humano dê expansão aos seus conhecimentos, por mais que os analise e neles se aprofunde, não poderá penetrar em toda a extensão infinita do espaço. A mente, embora avance até certo ponto, fica sempre sem atingir a meta extrema, que se encontra sob o domínio de valores absolutos.

Antes de chegar a questões mais profundas sobre a natureza do Universo, o ser humano precisa adquirir os conhecimentos necessários à sua evolução na Terra, esforçando-se por aprender as inumeráveis lições que ainda não absorveu e que precedem, de muito, aquelas que envolvem as transcendentes concepções do espírito. (Racionalismo Cristão, edição 44ª)

Segundo a Doutrina Racionalista Cristã há dois tipos de mundos:

Mundos de escolaridade, como este planeta Terra, para onde vêm os espíritos processar sua evolução por meio de reencarnações sucessivas; e Mundos de estágio, de onde partem os espíritos para iniciar ou dar continuidade ao processo evolutivo.

De acordo com o seu desenvolvimento espiritual, as parcelas do Grande Foco fazem sua evolução partindo dos seguintes mundos de estágio: densos, opacos, intermédios, diáfanos e luz puríssima.

Cada mundo de estágio se subdivide em classes e cada classe abriga espíritos do mesmo grau de desenvolvimento.

Embora a maioria dos militantes falem em mundos opacos, notamos alguma imprecisão nas ideias. Assim, para ajudar a dissolver negatividades porventura instaladas em algumas mentes, hoje vamos refletir, dentro das nossas limitações, sobre os mundos opacos e seus habitantes.

Os mundos opacos compreendem as classes da 6ª à 11ª.

Primeiro, aprendemos com o Mestre António Cottas que a criatura encarnada muito pouco sabe sobre a vida das partículas inteligentes em seus mundos de Luz. Esta ideia foi colhida pelo escritor Caruso Samel que diz na sua obra A Harmonia Universal e a Evolução Espiritual:

As condições de vida no espaço superior são inacessíveis a nós encarnadas. O que sabemos foi revelado intuitivamente aos codificadores do Racionalismo Cristão ou transmitido pelos espíritos da plêiade do Astral Superior nas reuniões espirituais da Doutrina… essas informações constituiriam dezenas de livros se publicados fossem!

A seguir apresentamos um exemplo de revelação feita pelo Astral Superior:

O viver do espírito quando deixa a matéria é muito diferente de quando encarnado. No espaço superior a vida é luz, é força eterna, é poder absoluto, não se conta o tempo, não se comemoram datas, não são relembradas as tristezas que se passaram. O viver é só um: de trabalho e progresso ininterruptos.

Maravilhosa vida sem preocupações de perdas, sem risco de erros, só exclusivamente vida de progresso e de grandes empreendimentos espirituais.

Habitantes dos mundos opacos: diríamos que há dois tipos de categorias desses espíritos.

Há os “naturais” que são aqueles que estão fazendo sua evolução de forma natural. Completaram seu aprendizado até à classe 5 (mundos densos) e penetraram na zona dos mundos opacos e, decorrendo a evolução sem percalços, vão galgando os mundos, na época própria, sem perdas expressivas de tempo e ascenderão aos mundos intermédios, dando continuidade à sua evolução rumo ao Grande Foco.

Há, também, espíritos fazendo temporariamente sua evolução a partir dos mundos opacos, mas que já tinham completado o curso evolutivo nessas classes de mundos e ascendido a mundos intermédios, mas que por motivos vários, especialmente resultantes de mau uso de seu livre arbítrio, a certa altura acharam por bem que, para ultrapassar obstáculos de difícil transposição, para eles, e dar prosseguimento à sua escalada evolutiva, tinham que voltar aos mundos opacos e, através de indizíveis sofrimentos, vencer as dificuldades que impediam seu progresso.
Vejamos o que diz, sobre esta matéria, o livro Espiritismo Racional e Científico Cristão, 7ª edição, Capítulo XVIII – A Mediunidade e o Médium:

O médium nunca devia fazer mau uso da faculdade mediúnica e somente a usaria para a prática de boas ações, aliviando os que sofrem enfermidades do corpo ou anormalidade da alma – de todas a pior é a ignorância da Verdade – sob pena de sofrer as consequências aqui e no espaço, do mau uso que possa dar a esta faculdade. As consequências, neste caso, consistem em:

1. OBSESSÃO, a qual produzirá diferentes enfermidades do corpo, tais como: cegueira, paralisia total ou parcial, dores e outros males, toda a sorte de infortúnios e atraso espiritual.

2. SOFRIMENTOS horríveis após a desencarnação – a qual pode ser violenta ou desastrosa, como têm acontecido com médiuns que, ao Serviço do Astral Superior, desviaram do caminho da honra e do dever e passaram para a Magia Negra, para a corrupção, para os bordéis infeciosos da vida material, completamente animalizada – o sacrifício de uma nova encarnação, em condições mais penosas, mais tristes e mais horrivelmente precárias que a última que perdeu porque assim desejou, pelo mau uso do livre arbítrio.
Os que não sofrem este castigo, terão que permanecer na atmosfera da terra, ajudando o trabalho dos bons espíritos, ficando em contato com os encarnados e os obsessores desencarnados, que são encarregados de conduzir às correntes fluídicas, para que daí esses obsessores possam seguir para os mundos a que pertencem. Tais espíritos sofrem horríveis choques com os maus espíritos que assistem os encarnados e seus pensamentos materializados, sofrendo mais horrivelmente nesse estado que quando encarnados ao serviço do Astral Superior.

Mesmo que esses espíritos provenham de zonas ou mundos de grande superioridade, não poderão ascender a eles, sendo obrigados a estagiar em mundos inferiores, muito opacos, para assim aliviar o sofrimento do seu contato com o mundo físico e consequentemente com o astral inferior, o qual são obrigados a esclarecer e transportar para fora da atmosfera da Terra.

Estes espíritos somente ascendem à sua própria esfera, depois de terem, num corpo astral opaco, pago, através de sofrimento, pelos graves erros praticados pelo mau uso que fizeram do seu livre arbítrio.

Acima ficou evidenciado um caso em que certos espíritos se submetem à sentença de estagiarem nos mundos opacos.


A seguir, mais um esclarecimento dado pelo Astral Superior sobre a vida desses espíritos durante esse estágio:

Alguns militantes dizem que, ao desencarnarem, se puderem escolher vão trabalhar em zonas opacas. Não querem mais encarnar, porque na atmosfera fluídica densa deste mundo há muito sofrimento, muita angustia, muita violência, muita tristeza. Com certeza não conhecem a realidade dos trabalhos que os espíritos dos mundos opacos realizam. Com certeza não conhecem, pois os mesmos servem de intermediários do Astral Superior no mundo físico. Quem abre passagem para o Astral Superior são esses espíritos, são eles que entram em contato direto com todas as influências deletérias da Terra.

Claro que nos mundos opacos há subcampos, há subclasses, e que espíritos desencarnados desses mundos entram em contato com as influências do mundo físico. Sabem por que esses espíritos decidem trabalhar em zonas opacas?

Porque erraram demais, fracassaram. Encarnaram e reencarnaram várias vezes, não conseguindo sair do mesmo estágio espiritual. Com mau uso do livre-arbítrio, criaram várias correntes mentais que sempre os atrapalharam ao voltarem ao mundo físico.

Os espíritos acima referidos, depois de cumprirem seus deveres a partir dos mundos opacos, no momento de sua passagem para o verdadeiro mundo espiritual, podem ser autorizados pela plêiade do Astral Superior que dirige os trabalhos nas Casas Racionalistas Cristãs, a deixarem seu reflexo numa corrente fluídica apenas para demonstrar com seu testemunho que seus exemplos das vidas passadas não devem ser seguidos pelos irmãos em essência ainda encarnados.

Conclusão:

Parece-nos ser possível inferir, até que tenhamos maiores esclarecimentos sobre a questão, que dos mundos de estágio, os mundos opacos são os únicos que albergam, para além dos espíritos das classes, da 6ª à 11ª, espíritos de classes superiores a essas, i.e., espíritos de maior evolução.

Mundos Opacos e seus habitantes
Por Antão José Lopes da Luz

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